sábado, 16 de maio de 2009

SP2


Lançado em 1972 para competir com os esportivos de sucesso da época, como o Karmann-Ghia e o Puma, o SP2 foi o primeiro automóvel totalmente idealizado no Brasil, em parte pelo fato de o mercado de importações automotivas na década de 70 estar fechado no país. Outra parte graças a Rudolf Leiding, então presidente da Volkswagen do Brasil, que tinha uma certa liberdade na subsidiária brasileira da empresa. Isso beneficiou seus executivos a trabalharem no chamado Projeto X, que daria origem ao carro, e que ficou trancado a sete chaves durante esse período. Seu nome é uma homenagem a cidade de São Paulo, embora alguns historiadores dizem se referir a Sport Prototype. Liderada por Senor Schiemann, a equipe desenvolveu um carro esportivo de carroceria leve, em chapa de aço (o Puma, líder do mercado, era feito de fibra de vidro), com desenho arrojado e o desempenho e a confiança da VW. A equipe apresentou o protótipo em março de 1971, na Feira da Indústria Alemã, em São Paulo, mas o automóvel só ganhou as ruas no ano seguinte. Integrante, na realidade, de uma série, pois havia também o SP1 com motor 1600, o SP2 tinha motor de 1700 com 75cv de potência, desenvolvia 160km/h e consumia 10 litros/km, e foi o modelo que prevaleceu no mercado. O carro teve origem sobre a plataforma da Variant, que por sua vez juntamente com o próprio SP2 e a Brasília, tiveram inspiração no europeu VW 412. Uma característica que chamava a atenção era a altura do carro, apenas 1,158m, o carro mais baixo produzido no Brasil até hoje. Desde o início o automóvel chamou a atenção do público e da imprensa especializada, principalmente por seu requinte no acabamento interno. Contudo, o SP2 não conseguiu superar seu rival em desempenho, o Puma, mais leve e mais econômico. O preço do modelo também não ajudava, pois à época comprava-se 2 Fuscas com o mesmo valor. Já em 1976 o carro deixou as linhas de montagem da fábrica, com um total de 10207 unidades vendidas e apenas 670 exportadas para a Europa. Hoje é um ítem de coleção raro, e um carro bem conservado pode atingir um alto valor. Vale a pena ouvir o motor do SP2 no comercial lançado na época, no http://www.youtube.com/watch?v=xALfreeYqx4

Fontes:
wikipedia.com
v8ecia.com.br
vwsp2.com.br




sábado, 9 de maio de 2009

Simca Chambord

"Um dia meu pai chegou em casa, nos idos de 63. E da porta ele gritou orgulhoso: agora chegou a nossa vez, eu vou ser o maior, comprei um Simca Chambord!"
Meu pai já teve um Simca, mas não era 1963, tampouco eu era sequer sonhado nos idos de 1966, quando ele teve o carro. A letra de 1986 da música do Marcelo Nova, do Camisa de Vênus, exprime bem o glamour do carro na época que, segundo o próprio Marcelo, "simbolizava a esperança do país". Primeiro automóvel de luxo fabricado no Brasil em 1959, o Simca teve por aqui grande sucesso. A empresa Simca (Société Industrielle de Mecaniqué et de Carrosserie Automobile), de origem francesa, nos remete a 1907, onde uma concessionária autorizada da Fiat começou sua trajetória de sucesso nas mãos de Ernest Loste. As vendas cresceram o suficiente para Ernest se tornar sócio do grupo e nomear o jovem italiano Enrico Teodoro Pigozzi, de 28 anos, para presidente da empresa. O sucesso da Simca foi tanto na França que ele, o italiano, ficou conhecido como Henry Théodore Pigozzi, e em 1951 entrou em circulação o primeiro projeto próprio da Simca, o sedã compacto Aronde, com motor 1,2 litros e estrutura monobloco. No Brasil, o primeiro Simca começou a rodar em 1959, ainda com muita "bagagem" francesa. Inaugurada em maio de 1958, na Via Anchieta, em Sao Bernardo do Campo/SP, a primeira fábrica da Simca ficava do lado oposto ao da Volkswagem, na mesma Via, e era a primeira fábrica de origem francesa no Brasil (a Renault só chegaria meses depois) e o primeiro sedã de luxo (logo após viriam o Aero Willys e o FNM 2000 JK, em 1960). Seu sucesso foi tanto que chegou a ser comparado com o Chevrolet Bel Air americano e ganhou espaço na série Vigilante Rodoviário, com o ator Carlos Miranda, primeira série totalmente brasileira, produzida entre 1961 e 1962 , rodada na TV Tupi após o Repórter Esso. Seu carisma foi consolidado pelas características de espaço, conforto e estabilidade, sendo seu ponto fraco o desempenho do motor, que atingia o máximo de 135 km/h, com seu V8 de 84cv de potência e carburação dupla. Em 1961 já atingia 95% de nacionalização, e o modelo super luxo Présidence era o carro mais caro da país, e contava com rádio, estofamento em couro, ventilação, aquecimento e até um minibar com copos de cristal para os passageiros como ítens de série. O motor ficou mais potente (90cv) e mais econômico, mas ainda longe do esperado, tanto no Présidence como nas outras versões, inclusive na versão Rallye esportiva da empresa. Em 1963 foi apresentada a Perua Jangada no Salão do Automóvel em São Paulo, a primeira e única perua 5 portas do mercado até o surgimento da Santana Quantum, em 1985. Aos poucos, porém, os modelos da Simca foram ficando superados, e o motor continuava sendo seu ponto fraco, tanto que a empresa chegou a anunciar 160km/h quando o máximo que o carro atingia era de 150km/h, e outros carros de luxo também faziam sucesso, como o Aero Willys e o novo Ford Galaxie. Nessa época (1967), a empresa já era totalmente controlada pela Chrysler.

"Eles fizeram o pior, acabaram com o Simca Chambord."
A chegada do Opala e do Dodge Dart, juntamente com a força de seus concorrentes, contribuiu para que em 1970, mesmo com todos os esforços, a empresa sucumbisse. Cerca de 50 mil unidades da Simca foram produzidas no Brasil, 40 mil da linha Chambord e apenas 900 unidades da linha Présidence. Comemorou-se, em 2008, os 50 anos da chegada da empresa no país. Outros modelos do Simca produzidos no Brasil foram Alvorada, Profissional, Regente e Esplanada.

Fontes:
www2.uol.com.br/bestcars/cpassado3/simca-8.html www.g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL472158-9658,00.html
http://www.wikipedia.com/ (foto)

Veja a abertura da Série:
www.youtube.com/watch?v=SC5YN9QOXEs

Hino do Vigilante Rodoviário (1959)
"Vigilante! ... Rodoviário! ...
De noite ou de dia,
firme no volante,
vai pela rodovia,
bravo Vigilante.
Guardando toda a estrada,
forte e confiante
é o nosso camarada,
bravo Vigilante.
(Repetir a 1ª parte assobiando)
O seu olhar amigo,
é um farol que avisa o perigo,
audaz e temerário
prá agir a cada instante da estrada
é o Vigilante,Vigilante! ... Rodoviário! ..."
autor :Ary Fernandes

Simca Chambord - Camisa de Vênus
Um dia me pai chegou em casa, nos idos de 63
E da porta ele gritou orgulhoso, agora chegou a nossa vez
Eu vou ser o maior, comprei umSimca Chambord
O inverno veio impedir o meu namoro no jardim
Mas a gente fugia de noite, numa fissura que não tinha fim
Na garagem da vovó, tinha o banco do Simca Chambord
Fazendo Simca Chambord (4X)
Meu pai comprou um carro,
Ele se chama Simca Chambord
E no caminho da escola eu ia tão contente
Pois não tinha nenhum carro que fosse na minha frente
Nem Gordini nem Ford, o bom era o Simca Chambord
O presidente João Goulart, um dia falou na TV
Que a gente ia ter muita grana, para fazer o que bem entender
Eu vi um futuro melhor, no painel do meu Simca Chambord
Fazendo Simca Chambord(4X)
Meu pai comprou um carro, ele se chama Simca Chambord
Mas eis que de repente, foi dado um alerta
Ninguém saía de casa e as ruas ficaram desertas
Eu me senti tão só, dentro do Simca Chambord
Tudo isso aconteceu há mais de vinte anos
Vieram jipes e tanques que mudaram os nossos planos
Eles fizeram o pior acabaram com o Simca Chambord
Acabaram com o Simca Chambord (4X)
Eles fizeram o pior, acabaram com o Simca Chambord...
autor: Marcelo Nova

domingo, 3 de maio de 2009

Kombi

Poucos automóveis na história podem se dar ao luxo de completar 50 anos de vida em plena atividade. Idealizada na década de 40 pelo holandês Ben Pon, sua idéia era unir a mecânica eficiente do Fusca em um veículo de carga. Surgia assim, em 1947, a Velha e conhecida Kombi, nome herdado de Kombinationfahrzeug, que quer dizer "veículo combinado" ou "veículo multi-uso". Sua produção na Alemanha começaria em 1950, sendo atingida a marca de 100.000 unidades vendidas em 1954. De característica versátil, sua carroceria foi (e ainda o é) utilizada como picapes, furgões, ambulâncias, correio, transportadoras dos mais variados objetos, como cervejas, leites, frutas, legumes, e também utilizada para camping ou comércios volantes. No Brasil sua produção começou em 1957, em meio às obras da fábrica de São Bernardo do Campo, na via Anchieta, que seria inaugurada dois anos depois. Na década de 60 a produção nacional já atingia 95% do veículo, com versões Furgão, Standard, Especial e Turismo. Mundialmente, em 1962 atingiria a marca de 1.000.000 de veículos produzidos, alcançando sua fama internacional. Reestilizada e com motor mais potente na década de 70, surge o modelo Clipper, em 1976, com parabrisa único e dupla carburação, e em 1980 ganha a versão a diesel (refrigerada a água) e a álcool. Novos modelos foram incorporados no mercado, como a picape e a furgão com cabine dupla, até chegar aos modelos atuais, com motores mais modernos e econômicos, e com mais conforto interno. Historicamente, a Kombi presenciou o nascimento da bossa nova, protagonizou o movimento hippie dos anos 60, acompanhou a ditadura e viu renascer a democracia brasileira, comemorou todas as Copas do Mundo conquistadas pela Seleção Brasileira e ainda hoje nos acompanha. Veja o imperdível comercial da Kombi de 1967:
http://www.youtube.com/watch?v=zZzuo7wWd1E


Filmes com a Kombi:


Cidade de Deus (Brasil, 2002)
Tropa de Elite (Brasil, 2007)
Flashdance (EUA, 1983)
Cazuza, O Tempo Não Pára (Brasil, 2004)
Meu Nome não é Johnny (Brasil, 2008)
Bye, Bye Brasil (Brasil, 1979)
Ilha das Flores (Brasil, 1989)
Cidade dos Homens (Brasil, 2003)
Armados e Perigosos (EUA, 1986)
Diamente de Sangue (EUA, 2006)

Fontes:
www.vw.com.br/kombi50anos
http://www.imcdb.org/