segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Série Jamanta: Puma

Algumas lembranças da minha infância e da minha juventude hoje se tornaram engraçadas. Conto-as até com certo orgulho, um orgulho estranho mas presente. Essa história, por exemplo, à época me parecia muito menos cômica do que agora. Como todos sabem (ou ao menos quem leu algumas de minhas postagens nesse blog) meu pai já teve todos os modelos de carro possíveis, desde um Santa Matilde até um Del Rey. Com o Puma não foi diferente, já passou um na mão dele. Um não, dois. Certo dia meu pai apareceu com um Puma lá em casa. Vermelho, bonito até, apesar de eu não gostar desse carro até hoje. Dei uma volta com ele, é muito baixo, desconfortável, mas é um carrinho que chama a atenção. Como meu pai bebia muito, às vezes ficava até altas horas na rua, e nesse dia particularmente ele saiu com o carrinho vermelho para os bares da vida. Quando chegava em casa, costumava deixar o carro em frente de casa, apesar de termos garagem ao lado, onde funcionava sua oficina. Esse relapso era devido à preguiça e à dificuldade em abrir o portão, pois era um portão pesado demais para uma pessoa alcoolizada. Quando eu acordei, notei um Puma estacionado, meio torto, em frente de casa. Branco, mesmo modelo do outro, o vermelho. Até aí tudo bem, meu pai deve ter trocado. Quando meu pai acordou e viu o Puma branco, levou um susto. O que aconteceu?, perguntou ele, com a cara de espanto e ressaca. Onde está o carro?, continuou ele, e foi buscar o documento pra conferir, que constava a cor, branca, a placa e o modelo. Ele havia trocado de carro de madrugada, e simplesmente não se lembrava. Após alguns minutos, sua memória recuperou os arquivos (isso ele disse) e contou que havia trocado o carro com um rapaz, que ele não lembrava o nome. Essa foi mais uma lição de vida que aprendi com meu pai, às avessas, é verdade, mas nunca me esqueço de certas coisas. Lembro ainda que esse Puma foi vendido uma semana depois, e nunca mais tivemos outro.
Breve histórico.
A Puma foi a marca brasileira que mais produziu veículos esportivos. Utilizou motores VW, General Motors e DKW, sobre um chassi com a suspensão modificada e com uma carroceria de fibra. Foi produzido durante 30 anos (de 1964 a 1993) e teve também uma linha de caminhões.
Fonte:
wikipedia.org.br

2 comentários:

  1. Realmente engraçadíssima! Eu fico imaginando como foi a negociação dessa troca de carros.

    Ademais, nunca imaginei que algum dia houve um modelo de carro chamado Santa Matilde. Meu Deus!!!

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  2. Essa história me fez lembrar do dia em que meu padrinho chegou de uma dessas noitadas sem o carro. Ele ficou durante uma semana indo e voltando do trabalho de ônibus, até que, numa dessas viagens, avistou seu carro, todo torto, parado em uma esquina. Esse pessoal bebe demais! Agora, fiquei imaginando um carro igual a esse que está aí na foto, só que vermelho. Lindo demais... O rapaz que enagnou teu pai saiu no lucro.
    Forte abraço!

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