domingo, 15 de novembro de 2009

Série Jamanta: Maverick


O primeiro emprego ninguém esquece. Lembro-me como se fosse hoje quando cheguei na Auto Vidros Londrina para trabalhar como vendedor de vidros de carro. Com apenas 15 aninhos, nada sabia eu da vida e de suas artimanhas. O empego era moleza, eu atendia o público no balcão, estocava as peças e os vidros nas prateleiras, ajudava o pessoal da oficina. O pessoal era muito engraçado, brincávamos o dia inteiro, e às vezes brigávamos também. Era muito divertido, como se fôssemos uma família, e até hoje sonho que estou trabalhando lá. O salário é um caso à parte, mas vamos falar de coisas boas. Lembro que a recepção do pessoal quando eu cheguei foi muito legal. Meu pai era amigo do dono, o Nílson, e foi ele quem me arrumou o trampo. No primeiro dia fiquei muito quieto, normal quando não se conhece ninguém. Lá só trabalhava homem, apenas uma menina que ficava no caixa, a Marinusa, uma negrinha simpática, sobrinha de um sargento do exército, o Custódio, que servia no 2ºB.C. de São Vicente, que ficava bem em frente à loja. Sempre que entrava alguém novo eles gostavam de zoar, uma espécie de trote, como mandar comprar tesoura de cortar vidro. No meu segundo dia entrou um Maverick lindo pra trocar o vidro da porta, o carro era idêntico ao da foto. Como eu sempre gostei de carros antigos, fiquei olhando o Maverick, admirando seu motor e seus detalhes. O Parada, que era o gerente, me chamou lá em cima. Pensei que ia me dar uma bronca por ficar olhando o carro, mas ele apenas me deu um dinheiro e falou bem sério o seguinte: "Vai lá no Valgama (uma loja há uns cinco quarteirões dali) e compra uma borracha do vidro do quebra-vento do Maverick. Lado direito, não esquece". Ao lado dele, o Everaldo, o Edson, o Baiano, a Marinusa, a filha do Nílson, o Xavier, e mais uns dois ou três me olhando. Até a faxineira me olhava, querendo rir. Estranhei, mas fui na loja como ele havia me pedido. Cheguei no Valgama, fui atendido pelo vendedor e fui logo pedindo, com o peito estufado, todo orgulhoso do meu primeiro emprego: "Me vê uma borracha do vidro do quebra-vento do Maverick. Lado direito". O vendedor perguntou: "De onde você é? Da Londrina?" "Sim", disse eu. Todos riram. Pra quem não sabe, Maverick não tem quebra-vento, e o pessoal da loja já estava acostumado a fazer isso com novatos. Fiquei com a cara no chão, todo vermelho de vergonha, virei as costas sem dizer nada e voltei pra loja, puto da vida, xingando todo mundo, inclusive meu pai que me arrumou aquele emprego. Quando entrei na loja, joguei o dinheiro no balcão e fui pro banheiro, todos rindo às minhas custas. Fiquei no banheiro pensando um pouco, e quando eu saí o Parada veio e me deu um abraço, com um sorriso: "Bem vindo, garoto!". Trabalhei lá por quase 6 anos, e fiz muitas amizades que duram até hoje.
Brevíssimo histórico
O Maverick foi produzido pela Ford no Brasil entre 1973 e 1979, e apesar de não obter grande sucesso de vendas é um dos carros mais cultuados hoje em dia por colecionadores.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Série Jamanta: Puma

Algumas lembranças da minha infância e da minha juventude hoje se tornaram engraçadas. Conto-as até com certo orgulho, um orgulho estranho mas presente. Essa história, por exemplo, à época me parecia muito menos cômica do que agora. Como todos sabem (ou ao menos quem leu algumas de minhas postagens nesse blog) meu pai já teve todos os modelos de carro possíveis, desde um Santa Matilde até um Del Rey. Com o Puma não foi diferente, já passou um na mão dele. Um não, dois. Certo dia meu pai apareceu com um Puma lá em casa. Vermelho, bonito até, apesar de eu não gostar desse carro até hoje. Dei uma volta com ele, é muito baixo, desconfortável, mas é um carrinho que chama a atenção. Como meu pai bebia muito, às vezes ficava até altas horas na rua, e nesse dia particularmente ele saiu com o carrinho vermelho para os bares da vida. Quando chegava em casa, costumava deixar o carro em frente de casa, apesar de termos garagem ao lado, onde funcionava sua oficina. Esse relapso era devido à preguiça e à dificuldade em abrir o portão, pois era um portão pesado demais para uma pessoa alcoolizada. Quando eu acordei, notei um Puma estacionado, meio torto, em frente de casa. Branco, mesmo modelo do outro, o vermelho. Até aí tudo bem, meu pai deve ter trocado. Quando meu pai acordou e viu o Puma branco, levou um susto. O que aconteceu?, perguntou ele, com a cara de espanto e ressaca. Onde está o carro?, continuou ele, e foi buscar o documento pra conferir, que constava a cor, branca, a placa e o modelo. Ele havia trocado de carro de madrugada, e simplesmente não se lembrava. Após alguns minutos, sua memória recuperou os arquivos (isso ele disse) e contou que havia trocado o carro com um rapaz, que ele não lembrava o nome. Essa foi mais uma lição de vida que aprendi com meu pai, às avessas, é verdade, mas nunca me esqueço de certas coisas. Lembro ainda que esse Puma foi vendido uma semana depois, e nunca mais tivemos outro.
Breve histórico.
A Puma foi a marca brasileira que mais produziu veículos esportivos. Utilizou motores VW, General Motors e DKW, sobre um chassi com a suspensão modificada e com uma carroceria de fibra. Foi produzido durante 30 anos (de 1964 a 1993) e teve também uma linha de caminhões.
Fonte:
wikipedia.org.br

sábado, 17 de outubro de 2009

Série Jamanta: Chevette


Lançado no Brasil em 1973, o Chevette era um dos 4 carros que faziam parte da carga da Jamanta da Estrela, em 1975. Sedan de duas portas, só mais tarde ganharia a versão 4 portas. Lançado também nas versões hatch, perua e pick up, Chevette Hatch, Marajó e Chevy, respectivamente. Dos motores que equiparam o veículo, temos as versões 1.4 e 1.6, carburação simples e dupla, movidos a álcool e gasolina, e a versão 1.0 do Chevette Junior. De lembranças desse carro, tenho algumas. Minha estréia no Pacaembu foi com um Chevette 1975 branco, do meu primo, Corinthians 3X1 Xv Piracicaba, em 23 de fevereiro de 1986, gols de Chulapa, Wilson Mano e Dicão. Se eu não me engano o gol do XV foi do Paulo, e o árbitro foi o Dulcídio Wanderley Boschillia, para um público de 15100 pessoas (é claro que consultei o Almanaque do Timão, do meu amigo Celso Unzelte). Outra lembrança, é o Chevette prata 1980 da minha tia, que teve ele desde zero Km até 2002. Hoje ela tem um Corsa, e apesar de seus 75 anos, lúcida, ela afirma com seu sotaque espanhol: o Chebette era melhor. Mas a lembrança mais engraçada é de um amigo meu do Correio. Em um certo jogo do Santos na Vila Belmiro, no começo dos anos 80, ele foi com o Chevette amarelo 1976 de seu pai e estacionou em uma ruazinha próxima ao estádio. Desligado que é até hoje, esqueceu a chave no contato e foi ver o Peixe jogar. Ao fim do jogo, saiu do estádio e entrou em uma rua, não vendo o carro. Revezando as mãos entre a lata de cerveja e os bolsos da calça jeans, lembrou que esqueceu a chave no carro e entrou em desespero. Roubaram o carro, pensou. E agora, como contar pro velho, seu pai?! Não teve dúvidas, foi ao 2º DP e registrou a ocorrência. Ainda sem coragem de enfrentar o pai, resolveu tomar mais uma cerveja e foi para um bar perto da Vila, onde o sinistro havia acontecido. Andando da delegacia até o bar passou por uma rua e deu de cara com o Chevette amarelo, com a chave no contato. Sua alegria foi tanta que continuou seu caminho até o bar, pra comemorar, desta vez trancando o carro e levando a chave. O pior da história é que o B.O. ficou registrado, e um dia foi parado pela Polícia dirigindo o carro. Foi liberado. Ainda bem que não era ele um ladrão, senão saíria ileso. O último modelo do Chevette saído da fábrica foi em 12 de novembro de 1993, já como modelo 1994, totalizando cerca de 1,6 milhões de automóveis produzidos.
Fonte: blogdovargaschevetteiros.blogspot.com

sábado, 3 de outubro de 2009

Série Jamanta: Passat


Acostumada com a geração a ar, a Volkswagem lançava enfim um carro com motor refrigerado a água no Brasil, o Passat. O nome é derivado de um vento que sopra na Europa, como inclusive muitos outros automóveis como o Santana e o Bora. Seu lançamento foi em setembro de 1974 e era considerado o carro mais moderno do país. O público levou um tempinho para acostumar a ver um VW refrigerado à água com naturalidade, mas aos poucos essa pulga atrás da orelha foi saindo. Seu sucesso foi incontestável, seu estilo juntava características esportivas e clássicas, e sua tecnologia estava bem à frente de tudo que conhecíamos nacionalmente. O Passat que me recordo bem era um modelo 1977, bege, de um tio. Em 1977, ainda morando em São Paulo e prestes a completar 5 anos, meu pai decidiu mudar para São Vicente. Ou melhor, decidiram por ele. A mudança foi trazida por um caminhão, juntamente com meu pai que conhecia o dono. Eu, minha mãe, o Mimi (um gato bege), meu avô e meu tio viemos no Passat, juntamente com objetos e roupas que couberam tranquilamente no porta-malas do Passat, amplo e jeitoso. O Mimi veio dentro de uma caixa de papelão. Lembro muito bem de alguns detalhes dessa época, apesar da pouca idade. O mês era agosto, ano em que um tal de Elvis faleceu, apesar de dizerem até hoje que ele não morreu. O meu tio chegou na minha casa, em São Paulo, e o carro brilhava. Meu impulso de garoto foi se esticar para espionar o carro pelo vidro da janela. Lindo, novinho, cheiroso. Entramos e seguimos viagem pela pista da Anchieta, ouvindo Roberto Carlos no rádio. Meu pai já havia saído, bem mais cedo. O Passat, nas sinuosas curvas da Anchieta era um espetáculo, deixávamos vários carros para trás (meu tio gostava de pisar, ainda mais com um carro novinho daqueles), contei muitos Fuscas, DKWs, Corcéis, que eu olhava pelo vidro traseiro ficando distantes. Chegamos a 140 km/h sossegado, com aquele motor dianteiro longitudinal, de 4 cilindros em linha (diferente dos outros VW), com comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada com 65 cv de potência e 1.5 litros de cilindradas. Quando chegamos em São Vicente o choque foi inevitável. O lugar era muito pobre, com ruas de terra e esgoto a céu aberto. Crianças pobres juntaram para ver o carro novinho e algumas não contentes em ver com os olhos colocavam as duas mãos nos vidros, deixando marcas pegajosas, curiosas. Parecíamos ETs desembarcando em algum planeta distante. Nem sinal do meu pai, e não porque o Passat era veloz e eficiente nas curvas, com tração dianteira e juntas homocinéticas, que davam melhor desempenho à direção, mas porque meu pai e o dono do caminhão gostavam de "conversar" em botecos bebendo alguma coisinha. Chegaram de noite, enquanto eu, minha mãe, meu avô, meu tio e o Mimi havíamos comido no chão, e eu havia dormido em cima de algumas roupas depois de chorar até não aguentar mais. Quando meu tio foi embora, ainda ouvi o barulhinho gostoso do motor 1.5 do Passat, e até hoje tenho um carinho especial por esse carro. Sua produção foi interrompida em 2 de dezembro de 1988, com aproximadamente 600.000 veículos produzidos e muitos fãs espalhados pelo mundo.
Fonte:
www2.uol.com.br/bestcars/classicos/passat
Foto: Juliano Vetachi

domingo, 20 de setembro de 2009


Lançada em 1975 pela Estrela, a Jamanta Comando Eletrônico foi o primeiro brinquedo com comando eletrônico de botões fabricado pela empresa. Era um caminhão cegonha que vinha com 4 carros, 1 Maverick verde, 1 Passat amarelo, 1 Puma vermelho e 1 Chevette branco. Seus botões ficavam no teto e eram a sensação da molecada (e dos pais também) pois faziam a Jamanta ir para a frente, para trás, para os dois lados e parar. Lembro até hoje do dia em que ganhei a primeira Jamanta, apesar dos 4 anos de idade que eu tinha na época (1976). Só ia dormir com muita insistência da minha mãe, e não via a hora de acordar pra brincar de novo. Eu a guardava em sua própria caixa, sem a proteção de plástico, que eu adaptei e imaginava ser uma garagem, e sempre guardava manobrando o caminhão. Juntamente com o Atari, em 1985, é o único brinquedo que recordo o momento de abrir a caixa. Em 1984 ela foi relançada, e como eu já não tinha mais a minha, meu pai comprou de novo, mas não foi a mesma emoção. Certo dia, numa feira de antiguidades, vi uma na caixa, há uns três anos atrás, depois de mais de 20 anos sem vê-la. Me espantou a simplicidade e o tamanho, pois na minha lembrança infantil era muito rica em detalhes e muito grande também. O preço também me espantou, R$ 450,00. E quase que eu compro. De tanta saudade, vou postar aqui no blog a história de seus quatro carros e de minhas lembranças desses carros quando eu era criança (faz tempo...). Aguardem.
Fontes:

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Opala 1974 (idêntico ao da foto)


As Aventuras com o Opalão Preto
Abandonado na garagem da casa de um amigo de faculdade, aquele Opala 1974 preto era o carro que meu pai procurava para comprar. Sem funcionar o motor a tempos, foi só jogar gasolina e girar a chave que o danado roncou. Mais uns ajustes, um belo banho e o carro parecia novo. Aquele câmbio em cima, ao lado do volante, pra mim era novidade. Com duas aulas do meu pai lá estava eu, dirigindo aquele carro macio, parecendo uma banheira, 3 marchas, banco dianteiro inteiriço, todo original. Minhas idas à faculdade com ele nunca foram "comuns". Todos olhavam, eu passava bem devagar em frente ao portão do campus, com o rádio ligado e o braço pra fora. Era muita emoção. No trânsito podia ir devagar, ninguém nunca businou irriquieto. Certa vez, estava indo pelo Canal 1, aqui em Santos, quando um Mercedes para ao meu lado, no semáforo (que eu me lembre a placa era SFC 7777). Vidros escuros, aos poucos foi abrindo e percebi que o motorista era o Marcelo Teixeira, presidente do Santos. Sorrindo, ele disse:
Que bonito! Que ano é?
É 74.
74?! Parabens, belo carro.
Obrigado!, finalizei, enquanto o semáforo abria. Pra quem conhece o Marcelo Teixeira, sua voz perguntando o ano e me parabenizando não deixaram dúvidas quanto a sua identidade e simplicidade. Outra vez, em pleno Canal 2, com alguns amigos meus (o Maykon e o Roberto, se não me engano), fui fazer uma reversão para pegar a outra mão da pista. Com o farol ligado, assim que fiquei de frente para a praia, sentadas no banco da calçada duas mocinhas da noite, uma abaixada, saia suspensa, fazendo seu xixizinho sossegada às 2,00h da madrugada. Quando vi a cena, meus braços pararam de fazer a curva, fui reto por uns 2 ou 3 metros, o farol do Opala iluminando a mocinha, deu pra ver todo o seu instrumento de trabalho, só deu tempo de ver ela mandando um beijo pra nós e girar o volante pesado do Opalão antes de subir na calçada. Uma buzinadinha de despedida e fomos embora, boquiabertos. Em 2003 meu pai vendeu o Opalão preto. Antes, ainda fomos com ele no enterro da minha avó, em São Paulo. O carro que levava o corpo era uma Caravan, logo em seguida vínhamos nós, com o Opala. Foi um dos carros que mais me deixou lembranças.
Breve Histórico
Apresentado ao público no Salão do Automóvel de São Paulo em 1968, foi produzido durante 23 anos e 5 meses, ou seja, até 1992, sendo o primeiro automóvel de passeio da GM no Brasil. Durante sua trajetória, foram fabricados versões de motores de 4 e 6 cilindros, versões luxo e básicas, esportivos e também em 2 e 4 portas. Foi derivado do Opel alemão, e aliava conforto e qualidade na suspensão, sendo eleito o carro da ano em 1972 pela revista Autoesporte. Seu estilo ganhou as ruas tanto pela população quanto por várias instituições, como governos e polícias, e também serviu como ambulâncias, táxis, entre outros. Hoje é um dos carros mais cultuados por colecionadores, e o último Opala produzido foi em 16 de abril de 1992, totalizando 1 milhão de veículos no Brasil. À época, muitos admiradores se mobilizaram frente à fábrica em São Caetano do Sul/SP, para protestar. Este último Opala está hoje no Museu da Tecnologia da Ulbra, em Canoas/RS.
Filmes com Opala
Cidade de Deus, Brasil, 2002
Meu Nome Não é Johnny, Brasil, 2008
Cazuza, O Tempo Não Pára, Brasil, 2004
Iracema, Uma Transa Amazônica, Brasil, 1976

sábado, 15 de agosto de 2009

O Velho Fusca.


Desde a primeira vez que pensei em fazer uma postagem neste blog do Fusca, imaginei que ele merecia um blog inteiro. Como ainda pretendo fazer isso um dia, no ritmo do Dorival Caymmi, obviamente, resolvi lançar algumas fotos que tenho do carro, muito bonitos por sinal, sempre que o tempo de fazer uma nova postagem tivesse curto. Esses dois estavam em Águas de Lindóia, em abril deste ano, entre muitos outros. Marcante para quase todo mundo, esse vermelhinho me lembra um especial, que marcou minha infância e que me levou um dia de São Vicente para Caçapava a quase 100 km/h, e um dia vou contar essa e outras histórias desse notável Volkswagem.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

DKW - Parte II - Vemaguet

De 1956, ano em que foi produzida, a 1961 esta simpática perua produzida no Brasil pela Vemag não tinha nome. Seu primeiro apelido foi "risadinha", pelo formato da grade dianteira, e finalmente em 1961 o nome Vemaguet. Seu primeiro modelo saiu da fábrica do Ipiranga, em São Paulo, com 60% de nacionalização e teve a presença do então presidente da República, Juscelino Kubitschek. Durante sua vida recebeu as mudanças realizadas pela Vemag em seus carros, acompanhadas de empolgadas campanhas publicitárias, que não poupavam elogios e informações como a de que possuía o maior porta-malas entre todos os carros fabricados no país, e que rebatendo o banco traseiro ganhava-se mais 2,2 metros quadrados de espaço. Seu câmbio era em cima, acoplado ao volante, e foi "copiado" no início dos anos 90 pelo Fiat Pálio, pelo Corsa da GM e pelo Mercedes Classe A, sem o mesmo "sucesso", obviamente. Foram produzidos modelos populares financiados pela Caixa Econômica, que ficaram conhecidos como "depenados", devido a retirada de alguns itens para baratear os custos de produção. Alguns modelos ficaram marcados como característica da marca, como os revestimentos internos na cor vermelha. Ao todo a Vemag produziu cerca de 48 mil peruas nos 11 anos de fabricação, e em seu derradeiro modelo, com faróis duplos e a grade reestilizada, também ficou conhecida como "gargalhada". Acompanhe uma matéria do Auto Esporte com uma Vemaguet "Gargalhada" e veja a "imitação" do Mercedes Classe A que não deu certo.
http://www.youtube.com/watch?v=OOFzIhN5PiE

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Karmann Ghia - Parte II


Um dos maiores clássicos da indústria automobilística, e um dos meus preferidos, esse modelo da foto estava em Águas de Lindóia em abril deste ano. A história da empresa e do carro já foram resumidas aqui neste blog (a minha primeira postagem) e agora exponho esse de verdade, pois aquela foto da primeira vez é minha miniatura. Sucesso entre os colecionadores e admiradores de carros antigos, é muito valorizado também. Lembro que em 1998 meu pai (de novo meu pai) teve um modelo TC vermelho. O carro estava meio ruinzinho, mas quando eu ia pro curso que eu fazia na época à noite era sucesso garantido. Muitos pediam carona só pra andar no TC. Onde eu parava todos olhavam, era muito bacana. Por sorte, hoje posso ter meu próprio Karmann Ghia. Miniatura, claro.
Veja vídeo de restauração de um modelo:

sábado, 11 de julho de 2009

Curtas: Ford Corcel I

Apresentado ao público de São Paulo em 1968 no VI Salão do Automóvel, já no Anhembi, o Corcel I, como ficou conhecido depois do lançamento do Corcel II, teve grande aceitação do consumidor. Em 1969 as vendas já atingiriam 50 mil unidades. O carro trouxe algumas inovações tecnológicas ao Brasil, como circuito selado de refrigeração, coluna de direção bipartida e um sistema bem mais moderno de tração dianteira, o que dava ótima estabilidade e boa adaptação ao solo brasileiro. O projeto original pertencia à uma parceria da Willys com a Renault, e quando a Ford comprou os direitos da Willys ficou o projeto. Ao longo de sua vida, entre 1968 e 1977 (depois viria o Corcel II) o carro teve várias reformulações importantes. O modelo GTXP era autamente esportivo, com capô pintado de preto fosco (isso em 1971), teto em vinil, faróis de longo alcance, painel com instrumentação completa e motor de 1.3l e 1.4l de potência, o que permitia ao carro chegar aos 100km/h em 17 segundos e atingir a máxima de 150, ótimo número pra década de 70 e o que deixava seus concorrentes diretos para trás.

Veja no programa Auto Esporte uma coleção de 18 Corcel I, no Ceará. Sensacional.
http://www.youtube.com/watch?v=gKd7DxMZTFs
Confira comercial do carro em 1970:
http://www.youtube.com/watch?v=iUQj903z76Q

domingo, 5 de julho de 2009

Curtas: Chevrolet Veraneio


Fabricada no Brasil entre 1964 e 1994, a Veraneio foi um utilitário de muito sucesso principalmente por sua utilização como viatura de ambulância e também de polícia. Seu modelo é semelhante ao Chevrolet Suburban americano, e teve as seguintes versões: C-1416, Amazonas, Passo Fino, Mangalarga, Bonanza, Veraneio M e Grand Blazer. Acomodava tranquilamente 8 pessoas, e foi muito utilizada para a diversão e viagens familiares, sendo projetada especificamente para o mercado brasileiro. O câmbio era de três marchas e ficava acoplado ao volante, seu motor levava o pesado automóvel de 1850kg aos 100km/h em 21 segundos, com máxima de 138km/h. Apesar de sua simpatia atualmente, o carro ficou estigmatizado por ser utilizado como camburão na época da ditadura brasileira inclusive para perseguições, pois apesar do peso, seu motor era muito confiável, seu câmbio longo exigia poucas mudanças, sua direção e sua suspensão eram ótimas e maleáveis, chegando a "varrer" as ruas com a traseira em curvas mais rápidas, daí sua frequente utilização pela polícia. Em sua "homenagem", o grupo Capital Inicial lançou a música Veraneio Vascaína, que inclusive foi censurada para venda para menores de 18 anos. De autoria de Renato Russo e Flávio Lemos, era originalmente do repertório do Aborto Elétrico, ficando com o Capital Inicial depois da separação, fala da lendária viatura policial preta e branca, vermelha e cinza, que eram as cores da polícia militar e do escudo do clube carioca Vasco da Gama, daí o nome.
Imperdível:
Vídeo, Aborto Elétrico ao vivo cantando a música:
Confira mais sobre Veraneio e entrevista de Renato Russo sobre a música:
Vídeo, comercial da linha Chevrolet em 1975:
Fontes:

sábado, 27 de junho de 2009

Brasília e Michael Jackson


Meu pai teve muitas "Brasilias". Entre tantas de tantas cores e modelos, pois ele tinha oficina e trocava muito de carro, lembrei-me de uma modelo 1978, cor de creme (bege Jangada, se não me engano), parecida com a da foto, que tínhamos desde 1982. Uma coisa que sempre gostei de fazer quando moleque foi ficar ao volante, girando-o sem parar, imaginando curvas e obstáculos, mal alcançando nos pedais. A noite ficava mais emocionante, com o painel ligado. Ficava horas brincando de motorista. Outra coisa que gostava de fazer era ouvir fitas k7 dentro do carro, imaginando viagens por estradas paradisíacas. Lembro-me de um colega do meu pai que vendia fitas k7 gravadas (já existia pirataria em 1982, sim) e meu pai comprava fitas aos montes. De muitas que ouvi dentro de carros (Roberto Carlos, Benito di Paula, Nelson Gonçalves, Julio Iglesias), lembrei da fita do Michael Jackson que ouvi dentro dessa Brasília creme 1978, nesse início dos anos 80. Lembro como se fosse ontem, talvez pela idade que eu tinha na época (10 anos, mais ou menos) ou pelo poder da música negra dançante do cara. Thriller já havia estourado nas rádios, e seu clipe já havia passado no Fantástico. Era a febre do momento. Beat It, Billie Jean, Baby Be Mine eram sucesso absoluto entre todos. Nas escolas nós, a molecada, dançávamos arrastando nossos Kichutes e Bambas para trás, como se dançássemos na lua. Todos colocavam a mão na virilha, fazendo movimentos ritmados para frente e para trás com o quadril. Era energia pura. Lembro como se fosse hoje o dia em que ouvi a fita do Michael dentro da Brasília creme. Fiquei encantado, e ouvi a fita umas duas ou três vezes sem parar, viajando por estradas desconhecidas. Recordo que ouvi muitas vezes a música The Girl Is Mine, com o Paul McCartney, e foi a que mais me comoveu. Mas era impossível não gostar de quase todas, era eletrizante, simplesmente hipnotizante. De todas as Brasílias que meu pai teve essa marcou um pouquinho mais. Simplesmente porque eu tinha 10 anos (mais ou menos) e ouvi a fita k7 do Michael Jackson nela. Parece bobinho (como diz um amigo meu), mas essas coisas marcam. Talvez por isso eu tenha chorado quando soube que o cara da fita morreu, aos 50 anos, deixando essas e outras lembranças para quase o mundo inteiro. E para não esquecer, a Brasília foi fabricada no Brasil entre 1973 e 1982 pela Volkswagem, foi um grande sucesso de vendas (apesar de não ser muito vista hoje em exposições) e sua produção foi interrompida graças principalmente à chegada do Gol, em 1980.
Ouça a música The Girl Is Mine:
Veja o comercial de TV da Brasília:

sábado, 13 de junho de 2009

Curtas: Gordine


Fundada em 26 de abril de 1952, a Willys-Overland do Brasil obteve licença do governo para, no final de 1958, fabricar o Dauphine no Brasil. Em outubro de 1959, com investimento de 12 milhões de dólares na época, a empresa americana e a Renault, dona da marca, apresentaram o carro oficialmente. Idealizado pelo francês Amédée Gordini, chegou para competir com o DKW-Vemag e o velho Fusca, sucesso absoluto na época. O modelo brasileiro era muito semelhante ao original francês, com alguns detahes distintos como capô, faróis e para-choques. O desempenho do carro era modesto, porém aceitáveis para seu tempo. Com peso de 650kg, tinha certa agilidade no trânsito, porém para chegar a 100km/h eram necessários 30s, e sua máxima era de 115km/h. Pouco para um carro tão pequeno. O forte do motor era o consumo, chegando a rodar 15km/l, e em 1962 foi lançado um motor um pouco mais potente, de 32cv a 5200 rpm, que chegava a 40cv brutos, alcançando mais de 120km/h, o que deixava o Fusca para trás, não alcançando, entretanto, a durabilidade do concorrente. A popularidade do VW e certa maldade na época chegaram a compará-lo a um leite em pó solúvel, cujo comercial dizia: "desmancha sem bater". Outras versões foram lançadas, como o esportivo 1093 que tinha motor de 42cv, ruído característico, suspensão rebaixada e pneus radiais, além da versão econômica, apoiada pelo governo, mas que não evitaram a suspensão de sua produção em 1968, com 74.620 unidades vendidas, e a venda da fabricante para o grupo Ford, que passaria a comercializar o Corcel. Muito interessante o comercial da época, onde um garotinho, tirando sarro do amiguinho, afirma que "o carro da mamãe é mais bonito". Confira:


Fonte:

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Curtas: VW 1600 (Zé do Caixão)


Lançado no Brasil em 1968 com o objetivo de concorrer com a linha Corcel da Ford, o VW 1600, ou Zé do Caixão, teve apenas 3 anos de vida. Sedã de 4 portas médio, oferecia maior conforto e maior capacidade de carga para a família em relação ao Fusca, com a mesma mecânica já conhecida e confiável da fábrica alemã. Favorito entre taxistas, não alcançou o mesmo sucesso com o público em geral, sendo produzidas menos de 25000 unidades. Com motor traseiro de 1600cc refrigerado a ar, com 58 cv de potência, chegava aos 135 km/h. Suas formas quadradas renderam-lhe o apelido de Zé do Caixão, o personagem de José Mojica Marins, famoso por seus filmes de terror. Seu sucesso atual junto a colecionadores repete a história de muitos outros automóveis que não foram bem sucedidos em vendas à sua época, chegando alguns modelos em bom estado de conservação a preços bem elevados. Veja um raro comercial brasileiro de lançamento do VW 1600:
http://video.google.com/videoplay?docid=-3213378500928443261&q=vw1600&ei=RM9HSPmdEoqcrwLGi_CqDA
Fontes:
vw1600.blogspot.com
oficinavw.blogspot.com

sábado, 16 de maio de 2009

SP2


Lançado em 1972 para competir com os esportivos de sucesso da época, como o Karmann-Ghia e o Puma, o SP2 foi o primeiro automóvel totalmente idealizado no Brasil, em parte pelo fato de o mercado de importações automotivas na década de 70 estar fechado no país. Outra parte graças a Rudolf Leiding, então presidente da Volkswagen do Brasil, que tinha uma certa liberdade na subsidiária brasileira da empresa. Isso beneficiou seus executivos a trabalharem no chamado Projeto X, que daria origem ao carro, e que ficou trancado a sete chaves durante esse período. Seu nome é uma homenagem a cidade de São Paulo, embora alguns historiadores dizem se referir a Sport Prototype. Liderada por Senor Schiemann, a equipe desenvolveu um carro esportivo de carroceria leve, em chapa de aço (o Puma, líder do mercado, era feito de fibra de vidro), com desenho arrojado e o desempenho e a confiança da VW. A equipe apresentou o protótipo em março de 1971, na Feira da Indústria Alemã, em São Paulo, mas o automóvel só ganhou as ruas no ano seguinte. Integrante, na realidade, de uma série, pois havia também o SP1 com motor 1600, o SP2 tinha motor de 1700 com 75cv de potência, desenvolvia 160km/h e consumia 10 litros/km, e foi o modelo que prevaleceu no mercado. O carro teve origem sobre a plataforma da Variant, que por sua vez juntamente com o próprio SP2 e a Brasília, tiveram inspiração no europeu VW 412. Uma característica que chamava a atenção era a altura do carro, apenas 1,158m, o carro mais baixo produzido no Brasil até hoje. Desde o início o automóvel chamou a atenção do público e da imprensa especializada, principalmente por seu requinte no acabamento interno. Contudo, o SP2 não conseguiu superar seu rival em desempenho, o Puma, mais leve e mais econômico. O preço do modelo também não ajudava, pois à época comprava-se 2 Fuscas com o mesmo valor. Já em 1976 o carro deixou as linhas de montagem da fábrica, com um total de 10207 unidades vendidas e apenas 670 exportadas para a Europa. Hoje é um ítem de coleção raro, e um carro bem conservado pode atingir um alto valor. Vale a pena ouvir o motor do SP2 no comercial lançado na época, no http://www.youtube.com/watch?v=xALfreeYqx4

Fontes:
wikipedia.com
v8ecia.com.br
vwsp2.com.br




sábado, 9 de maio de 2009

Simca Chambord

"Um dia meu pai chegou em casa, nos idos de 63. E da porta ele gritou orgulhoso: agora chegou a nossa vez, eu vou ser o maior, comprei um Simca Chambord!"
Meu pai já teve um Simca, mas não era 1963, tampouco eu era sequer sonhado nos idos de 1966, quando ele teve o carro. A letra de 1986 da música do Marcelo Nova, do Camisa de Vênus, exprime bem o glamour do carro na época que, segundo o próprio Marcelo, "simbolizava a esperança do país". Primeiro automóvel de luxo fabricado no Brasil em 1959, o Simca teve por aqui grande sucesso. A empresa Simca (Société Industrielle de Mecaniqué et de Carrosserie Automobile), de origem francesa, nos remete a 1907, onde uma concessionária autorizada da Fiat começou sua trajetória de sucesso nas mãos de Ernest Loste. As vendas cresceram o suficiente para Ernest se tornar sócio do grupo e nomear o jovem italiano Enrico Teodoro Pigozzi, de 28 anos, para presidente da empresa. O sucesso da Simca foi tanto na França que ele, o italiano, ficou conhecido como Henry Théodore Pigozzi, e em 1951 entrou em circulação o primeiro projeto próprio da Simca, o sedã compacto Aronde, com motor 1,2 litros e estrutura monobloco. No Brasil, o primeiro Simca começou a rodar em 1959, ainda com muita "bagagem" francesa. Inaugurada em maio de 1958, na Via Anchieta, em Sao Bernardo do Campo/SP, a primeira fábrica da Simca ficava do lado oposto ao da Volkswagem, na mesma Via, e era a primeira fábrica de origem francesa no Brasil (a Renault só chegaria meses depois) e o primeiro sedã de luxo (logo após viriam o Aero Willys e o FNM 2000 JK, em 1960). Seu sucesso foi tanto que chegou a ser comparado com o Chevrolet Bel Air americano e ganhou espaço na série Vigilante Rodoviário, com o ator Carlos Miranda, primeira série totalmente brasileira, produzida entre 1961 e 1962 , rodada na TV Tupi após o Repórter Esso. Seu carisma foi consolidado pelas características de espaço, conforto e estabilidade, sendo seu ponto fraco o desempenho do motor, que atingia o máximo de 135 km/h, com seu V8 de 84cv de potência e carburação dupla. Em 1961 já atingia 95% de nacionalização, e o modelo super luxo Présidence era o carro mais caro da país, e contava com rádio, estofamento em couro, ventilação, aquecimento e até um minibar com copos de cristal para os passageiros como ítens de série. O motor ficou mais potente (90cv) e mais econômico, mas ainda longe do esperado, tanto no Présidence como nas outras versões, inclusive na versão Rallye esportiva da empresa. Em 1963 foi apresentada a Perua Jangada no Salão do Automóvel em São Paulo, a primeira e única perua 5 portas do mercado até o surgimento da Santana Quantum, em 1985. Aos poucos, porém, os modelos da Simca foram ficando superados, e o motor continuava sendo seu ponto fraco, tanto que a empresa chegou a anunciar 160km/h quando o máximo que o carro atingia era de 150km/h, e outros carros de luxo também faziam sucesso, como o Aero Willys e o novo Ford Galaxie. Nessa época (1967), a empresa já era totalmente controlada pela Chrysler.

"Eles fizeram o pior, acabaram com o Simca Chambord."
A chegada do Opala e do Dodge Dart, juntamente com a força de seus concorrentes, contribuiu para que em 1970, mesmo com todos os esforços, a empresa sucumbisse. Cerca de 50 mil unidades da Simca foram produzidas no Brasil, 40 mil da linha Chambord e apenas 900 unidades da linha Présidence. Comemorou-se, em 2008, os 50 anos da chegada da empresa no país. Outros modelos do Simca produzidos no Brasil foram Alvorada, Profissional, Regente e Esplanada.

Fontes:
www2.uol.com.br/bestcars/cpassado3/simca-8.html www.g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL472158-9658,00.html
http://www.wikipedia.com/ (foto)

Veja a abertura da Série:
www.youtube.com/watch?v=SC5YN9QOXEs

Hino do Vigilante Rodoviário (1959)
"Vigilante! ... Rodoviário! ...
De noite ou de dia,
firme no volante,
vai pela rodovia,
bravo Vigilante.
Guardando toda a estrada,
forte e confiante
é o nosso camarada,
bravo Vigilante.
(Repetir a 1ª parte assobiando)
O seu olhar amigo,
é um farol que avisa o perigo,
audaz e temerário
prá agir a cada instante da estrada
é o Vigilante,Vigilante! ... Rodoviário! ..."
autor :Ary Fernandes

Simca Chambord - Camisa de Vênus
Um dia me pai chegou em casa, nos idos de 63
E da porta ele gritou orgulhoso, agora chegou a nossa vez
Eu vou ser o maior, comprei umSimca Chambord
O inverno veio impedir o meu namoro no jardim
Mas a gente fugia de noite, numa fissura que não tinha fim
Na garagem da vovó, tinha o banco do Simca Chambord
Fazendo Simca Chambord (4X)
Meu pai comprou um carro,
Ele se chama Simca Chambord
E no caminho da escola eu ia tão contente
Pois não tinha nenhum carro que fosse na minha frente
Nem Gordini nem Ford, o bom era o Simca Chambord
O presidente João Goulart, um dia falou na TV
Que a gente ia ter muita grana, para fazer o que bem entender
Eu vi um futuro melhor, no painel do meu Simca Chambord
Fazendo Simca Chambord(4X)
Meu pai comprou um carro, ele se chama Simca Chambord
Mas eis que de repente, foi dado um alerta
Ninguém saía de casa e as ruas ficaram desertas
Eu me senti tão só, dentro do Simca Chambord
Tudo isso aconteceu há mais de vinte anos
Vieram jipes e tanques que mudaram os nossos planos
Eles fizeram o pior acabaram com o Simca Chambord
Acabaram com o Simca Chambord (4X)
Eles fizeram o pior, acabaram com o Simca Chambord...
autor: Marcelo Nova

domingo, 3 de maio de 2009

Kombi

Poucos automóveis na história podem se dar ao luxo de completar 50 anos de vida em plena atividade. Idealizada na década de 40 pelo holandês Ben Pon, sua idéia era unir a mecânica eficiente do Fusca em um veículo de carga. Surgia assim, em 1947, a Velha e conhecida Kombi, nome herdado de Kombinationfahrzeug, que quer dizer "veículo combinado" ou "veículo multi-uso". Sua produção na Alemanha começaria em 1950, sendo atingida a marca de 100.000 unidades vendidas em 1954. De característica versátil, sua carroceria foi (e ainda o é) utilizada como picapes, furgões, ambulâncias, correio, transportadoras dos mais variados objetos, como cervejas, leites, frutas, legumes, e também utilizada para camping ou comércios volantes. No Brasil sua produção começou em 1957, em meio às obras da fábrica de São Bernardo do Campo, na via Anchieta, que seria inaugurada dois anos depois. Na década de 60 a produção nacional já atingia 95% do veículo, com versões Furgão, Standard, Especial e Turismo. Mundialmente, em 1962 atingiria a marca de 1.000.000 de veículos produzidos, alcançando sua fama internacional. Reestilizada e com motor mais potente na década de 70, surge o modelo Clipper, em 1976, com parabrisa único e dupla carburação, e em 1980 ganha a versão a diesel (refrigerada a água) e a álcool. Novos modelos foram incorporados no mercado, como a picape e a furgão com cabine dupla, até chegar aos modelos atuais, com motores mais modernos e econômicos, e com mais conforto interno. Historicamente, a Kombi presenciou o nascimento da bossa nova, protagonizou o movimento hippie dos anos 60, acompanhou a ditadura e viu renascer a democracia brasileira, comemorou todas as Copas do Mundo conquistadas pela Seleção Brasileira e ainda hoje nos acompanha. Veja o imperdível comercial da Kombi de 1967:
http://www.youtube.com/watch?v=zZzuo7wWd1E


Filmes com a Kombi:


Cidade de Deus (Brasil, 2002)
Tropa de Elite (Brasil, 2007)
Flashdance (EUA, 1983)
Cazuza, O Tempo Não Pára (Brasil, 2004)
Meu Nome não é Johnny (Brasil, 2008)
Bye, Bye Brasil (Brasil, 1979)
Ilha das Flores (Brasil, 1989)
Cidade dos Homens (Brasil, 2003)
Armados e Perigosos (EUA, 1986)
Diamente de Sangue (EUA, 2006)

Fontes:
www.vw.com.br/kombi50anos
http://www.imcdb.org/

sábado, 25 de abril de 2009

Ford Mustang 1964

Considerado um dos maiores sucessos da história da indústria automobilística, o Ford Mustang foi apresentado ao público pela primeira vez há 45 anos, no Salão do Automóvel de Nova Iorque, em abril de 1964. Projetado por Anthony Lee Iacocca, famoso industrial do setor automotivo americano e presidente da Ford Motor Company, o carro vendeu 22000 unidades no seu lançamento, e completou 1 milhão de modelos vendidos já em 1966. Inspirado nos cavalos selvagens da raça Mustang, originários de cruzamentos com cavalos espanhóis na época da colonização americana, a marca ficou famosa no mundo todo pela potência de seus motores e pelas suas características esportivas e agressivas. Nas suas diversas versões, contudo, haviam modelos pra todos os gostos, com motores mais "tímidos" que iam de um V6 de 2,8L com 101HP até um V8 de 4,8L de 271HP em 1965. Durante os primeiros anos seus motores chegaram a 325HP em 1967, com um V8 de 6,4L, a até 390HP em 1968, com um V8 de 7,0L. Tamanha potência significava consumo excessivo de combustível, e o modelo sofreu sua primeira crise com as primeiras leis antipoluição americanas. Nesse quadro, a Ford reformulou sua linha criando a geração Mustang II em 1974, mais leve e econômica, perdendo um pouco sua principal característica de verdadeiro esportivo, mas mantendo o carisma conquistado nas anos anteriores. A década de 80 marcou o recomeço da era forte de seus carros, que nos anos 90 se consolidaram com a volta do conceito original do Mustang, aliando novas tecnologias aos motores V8. Os modelos atuais, ainda com o carisma e o charme da época, podem ser encontrados no sitio oficial da Ford, http://www.fordvehicles.com/, com motores V6 nos modelos V6, GT e GT500, versões Premium e Convertible.

Filmes com Mustang

Antes de Partir (2007) com Morgan Freeman e Jack Nicholson
Bullitt (1968) com Steve McQueen no modelo do mesmo nome, considerada por muitos como a melhor cena de perseguição do cinema
Chips (1977-1983)
Highlander (1986)
Scooby-Doo (2006)
Superman II (1980)
O Homem de Seis Milhões de Dólares (1974-1978)
60 Segundos (2000)
Hannibal - A Origem do Mal (2007)
Velozes e Furiosos (2009)
Magnum - P.I. (1980-1988)

fontes:
imcdb.org
clubedomustang.com.br

XIV Encontro Paulista de Autos Antigos de Águas de Lindóia

O XIV Encontro Paulista de Autos Antigos de Águas de Lindóia foi marcado pelo grande número de carros e pela feira de peças e antiguidades, ambos com números recordes esse ano. Tudo já foi falado dessa feira em blogs e sites especializados, deixarei portanto apenas minha impressão. Particularmente considerei a exposição muito boa, o local é perfeito, contudo faltaram alguns modelos de carros brasileiros que nem são tão raros, como Brasília, que só havia uma pra vender do lado de fora da praça, Passat, Corcel II, Del Rey, que eu já considero "velhinho", e principalmente a falta de música da época. O serviço de som apenas anunciava prestação de serviços e organização (principalmente esposas procurando maridos desaparecidos e automóveis estacionados em locais proibidos). Enfim, a viagem valeu a pena, a feira está cada vez maior e mais bonita e quem não foi esse ano está convidado para o XV Encontro. Até 2010.

sábado, 11 de abril de 2009

Cadillac Eldorado Biarritz 1959


Nenhum outro carro simbolizou tão fielmente o estilo norte-americano de vida dos anos 50, ou "american way of life", quanto o Cadillac (apesar da origem francesa do nome, Antoine de La Mothe Cadillac, fundador de Detroit). Sua história começou em 1903, com o lançamento do Runabout Model A, um monocilindro que obteve sucesso já na sua primeira aparição, sendo encomendadas 2200 unidades do veículo, números bem razoáveis pra época. Fundada por Willian Murphy em 1902, ex-sócio de Henry Ford, sua principal característica era a perfeição das peças da linha de montagem, chegando à precisão de 1 milésimo de polegadas, isso em pleno começo de século XX. Sua consolidação como marca veio em 1908, chegando a produzir mais de 16000 unidades. Em 1918 surpreendeu o mundo ao utilizar a partida elétrica de motor, cujo anúncio dizia: "O primeiro automóvel sem manivela de partida", e em 1915 introduziu os motores V-8, que não eram sua criação, mas ganhou a confiança do público pela boa adaptação nos seus modelos de carro. Durante sua caminhada a Cadillac ficou conhecida pelas inovações que lançou no mundo automobilístico. Entre algumas das principais inovações estão:

1905 torna-se a pioneira em motores multicilindros (motor de 4 cilindros)

1910 pioneira em oferecer carrocerias fechadas

1912 primeira a introduzir lâmpadas e partida elétricas

1928 primeira a instalar sistema de vidros de segurança e primeira a introduzir caixas de mudança que eliminavam a segunda embreagem

1930 pioneira na construção de motor em V de 45º, de 16 cilindros

1954 oferece diração hidráulica de série

1964 apresenta sistema de calefação e ar-condicionado

1965 pioneira a oferecer volante regulável

1970 apresenta o maior motor do mundo, 8200cm3, e 400 HP, do modelo Eldorado

1974 oferece duplo air-bag

1975 a primeira injeção eletrônica

1978 o primeiro computador de bordo

1980 injeção eletrônica digital

Filmes

Falar de filmes com Cadillac merece um capítulo a parte. Um não, mas muitos. Pra começar, alguns modelos mereceram réplicas de miniaturas em escala 1/18, com miniaturas dos personagens. "O Poderoso Chefão" (1972), com Marlon Brando no papel de Dom Corleone, que foi baleado em frente ao seu Cadillac Fleetwood 1940 preto, vem com réplica do personagem e um capanga de segurança. "Scarface" (1983), com Al Pacino no papel de Tony Montana, que passeava com seu Cadillac 1963 conversível amarelo com tapeçaria de tigre, vem com a miniatura do protagonista. "Cães de Aluguel" (1992), com Michael Madsen, no papel de Vic Vega, traz o Cadillac Coupe De Ville 1965 amarelo com réplica do ator. "Ghostbusters" (1984), traz a famosa ambulância modelo Fleetwood, sem os personagens. Outra miniatura famosa é de um Cadillac 1955 cor-de-rosa 1/18, que Elvis Presley (colecionador de Cadillacs 1/1) mandou pintar e deu de presente para sua mãe.

Outros filmes:

Conduzindo Miss Daisy (1989)

Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (1968)

Great Balls of Fire (1989), biografia de Jerry Lee Lewis

Ray (2004), biografia de Ray Charles

La Bamba (1987), trajetória de Ritchie Valens

Forrest Gump (1994)

Os Embalos de Sábado a Noite (1977)

Rocky (O Lutador) 1976

Karate Kid II (1986)

Fontes: carroantigo.com

imcd.org




sexta-feira, 3 de abril de 2009

DKW Auto Union 1000s 1959


Fundada em 1916 na Alemanha, durante a 1º Guerra Mundial, pelo engenheiro dinamarquês Jørge-Skafte Rasmussen, a Zschopauer inicialmente trabalhava em pesquisas e desenvolvimento de veículos a vapor. Em alemão, esse veículo foi denominado Dampf-Kraft Wagen, carro de força a vapor, ou DKW. Após a 1º Guerra, o engenheiro continuou suas pesquisas, e em 1919 construiu um pequeno motor a explosão, de dois tempos, que obteve resultados muito bons. Popularizado, o novo projeto foi apelidado de "Das Kleine Wunder", ou, "A Pequena Maravilha". Com a coincidência das iniciais, a máquina ficou conhecida como DKW, mesmo com o constante desenvolvimento e progresso de seus projetos. No Brasil a produção dos veículos DKW ficou por conta da Vemag, empresa brasileira fundada em 1945. Inicialmente, foram montados uma camioneta derivada do modelo F91, e em seguida os mais populares, um sedã que em 1961 ficou conhecido como Belcar (foto), e uma camioneta, conhecida como Vemaguete, ambos da família F94, cujas versões populares foram financiadas pela Caixa Econômica Federal. O DKW foi o primeiro veículo produzido no Brasil a receber o certificado de aprovação e produção do grupo GEIA, órgão executivo criado pelo governo de Juscelino Kubitschek para incentivar a produção automobilística brasileira. Talvez pelo incentivo do governo, os executivos da Vemag não deram importância a princípios básicos de satisfação aos clientes (como deixar que as portas do carro ficassem conhecidas como "portas suicidas", pois a fechadura ficava à frente, abrindo-se a porta ao contrário), e faliu em 1967. Acompanhe o comercial do DKW:

http://www.youtube.com/watch?v=umuLxXG-8tg

Filmes com DKW:
Meu Nome Não é Johnny (Brasil, 2008)
O Buraco Na Agulha (Eua, 1981)
Lista de Espera (Cuba, 2000)
Fonte: wikipedia.com
imcdb.org

sábado, 28 de março de 2009

Karmann Ghia 1966



A Karmann, empresa alemã da cidade de Osnabrük, fundada em 1874, era especializada em carrocerias para carruagens e famosa pela excelência de seus trabalhos com madeira, de fino acabamento. Com o surgimento do automóvel passou a produzir também carrocerias para esse novo seguimento. O projeto do modelo Karmann Ghia aprovado pelo então presidente da VW, Heinrich Nordhoff, depois de alguns fracassos, foi produzido em 1955, e o primeiro VW Karmann Ghia saiu da fábrica em 1956. O modelo chegou ao Brasil em 1962, com versão de 1200cc, 36 cavalos, e em 1967 foi substituído pelo modelo de 1500cc, 52 cavalos, que atingia 125 km/h. No final de 1967 foram produzidas as 177 unidades do modelo conversível, raríssimo e muito valorizado atualmente. O último modelo do carro saiu da fábrica em 1972. Pouco antes, em 1970, para tentar recuperar a queda da produção, foi fabricado o modelo TC, produzido até 1975. A chegada do Puma e do SP2 contribuíram para o fim da carreira desse clássico mundial.

Alguns filmes com Karmann Ghia:

Zuzu Angel (Brasil 2006)

Finais Felizes (estréia no Brasil em 2005)

Kill Bill 2 (Brasil 2004)

Zodiaco (Brasil 2007)

007 Contra Octopussy (de 1983)

A Garota de Rosa-Shoking (de 1986)

Quebra de Sigilo (de 1992)

Agente 86 (Get Smart- seriado de 1965 a 1970)

Os Simpsons (desenho de 1989, aparece Homer dirigindo um
modelo exótico)

Veja o comercial:

http://www.youtube.com/watch?v=8fA-t_FQHTI

Fonte: wikipedia.com

imcdb.org